10 de março de 2018

4° Domingo da Quaresma

“De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salv
4° Domingo da Quaresma

 

“De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele”
(Jo 3,17).

Neste quarto domingo da Quaresma a palavra de Deus vem nos ajudar a olhar nossa vida, nossos valores e refletirmos sobre o amor de Deus Pai, que enviou seu Filho.

Não basta crer, é preciso ouvir e praticar.

A primeira leitura nos mostra como um povo crente pode se perder, em meio a uma sociedade que se motiva nas iniquidades e no modo de vida pagã. Na semana passada, falamos da necessidade de termos limites. A leitura de hoje narra como um povo sem limites e valores se perde facilmente, a ponto de profanar o templo santo do Senhor. Observem que, antes disso, o bom Deus lhes enviara mensageiros, pedindo a conversão. Mas, ninguém os escutou: “Ora, o Senhor Deus de seus pais, dirigia-lhes frequentemente a palavra por meio de seus mensageiros, admoestando-os com solicitude todos os dias, porque tinha compaixão do seu povo e da sua própria casa”. (Cr 36,14-15).  É a triste história do povo de Israel. Logo após o desvio de seu povo, Israel é saqueado. Seus inimigos invadem Jerusalém, destroem o Templo, incendeiam as edificações que lhe são preciosas. Assim, todos são levados novamente ao cativeiro, agora na Babilônia, onde passarão 70 anos até serem libertados, conforme a profecia de Jeremias.

O Salmo lamenta esse sofrido tempo de cativeiro, deste povo escolhido por Deus: “Junto aos rios da Babilônia nos sentávamos chorando, com saudades de Sião” (Sl 136,1).

Tanto assim Ele nos amou.

Na segunda Leitura, Paulo escreve, aos Efésios e a cada um de nós, reafirmando que somos filhos de um Pai, rico em misericórdia, que olha as nossas faltas, se compadece de nós. Por infinito amor, nos deu seu Filho, para que “pela graça” sejamos salvos. O ponto central da fala de São Paulo é este: pelo infinito amor de Deus, pela vida em Cristo, é que somos salvos e isto é “graça de Deus”, que recebemos mediante fé. E sabemos também que a fé é graça de Deus e não nossos méritos, ou seja, Paulo deixa bem claro que a salvação não vem pelos nossos méritos, das nossas obras, mas sim pela misericórdia do Pai. E isso é graça.

 “Deus é rico em misericórdia. Por causa do grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo. É por graça que vós sois salvos!” (Ef 2, 4-5).

A tal ponto Ele nos amou!

E no Evangelho, São João nos recorda o motivo de nossa salvação: o amor infinito de Deus Pai a cada um de nós.

“Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

E Jesus nos exorta a agirmos na verdade, pois só assim nos aproximaremos da luz. Convida-nos a olharmos para Ele, no alto da cruz, e confiar na salvação.

“Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna” (Jo 3,14-15).

A que voz dou ouvidos?

A reflexão deste quarto domingo nos remete a prestarmos atenção em dois pontos:

·         A observância fiel de nossa crença e que jamais devemos nos deixar levar.

·         Somos salvos pela graça de Deus.

Podemos refletir: Por quais pensamentos nos deixamos impregnar? Pela sociedade, que diz a todo momento que seremos mais felizes na medida que nos libertarmos dos valores cristãos, que tudo vale e tudo é permitido? Uma sociedade sem regras, na qual a relativização impera, na qual o discurso não é mais do que: “que mal tem isso? ” – “A isso não tem nada a ver, cada um é um”? Com certeza, todos escutam isso cotidianamente. Vivemos intensamente isso ao nosso redor. Como os israelitas caíram na armadilha da sedução de uma terra sem valores, hoje temos o mesmo combate. Seremos fortes para combater, para resistir?

Jesus nos dá o caminho.

Ele assegura que todos os que guardarem a verdade andarão na luz (Jo 3,21). E tudo isso é graça Dele, amor incondicional, que chama seus filhos para se aproximarem da luz. Não somos filhos das trevas, pelo contrário, somos filhos da luz. E do mesmo modo que nosso bom Deus enviou mensageiros ao povo israelita, continua nesse tempo, enviando hoje os mensageiros de conversão. Olha que missão a nossa!

E quem são esses mensageiros modernos, os mensageiros de hoje? Muitas vezes achamos que essa missão é sempre dos outros e ficamos esperando alguém fazer alguma coisa. Ledo engano: essa missão não é somente dos outros, mas especialmente é nossa: repito – “essa missão é nossa”. Ela é minha. Ela é sua. E ainda com um trabalho todo especial: construir nessa terra brasileira um novo Tabor.

 

Famílias da União, trata-se de uma causa que é nossa!

É só observar o nosso lema deste ano:  "Famílias da União, unidos ao Pai e Profeta, construindo uma nova terra mariana!!" Construir essa terra mariana é ser mensageiro do amor de Deus para cada pessoa. Por meio do nosso testemunho, das nossas ações, dos nossos apostolados, da nossa comunidade, mostrando ao mundo que a família é o dom mais precioso da nossa humanidade. Os nossos inimigos querem destruir o templo santo da família, querem incendiar e saquear os nossos tesouros, saquear nossos filhos, saquear nossos valores.

É um verdadeiro bombardeio de frases preparadas para nos enganar, com conversas fiadas, que tudo vale para ser feliz, tudo pode, tudo é permitido. Um verdadeiro canto de sereia que, infelizmente, atraem muitas famílias. Tudo para nos enfraquecer, tudo para nos desviar do caminho.

Olhemos para o alto da cruz!

Por isso, olhemos ao alto da cruz e lá vemos aquele que nos deu a vida por amor, tão somente por amor. É por isso que a cruz dos católicos tem Jesus crucificado. Porque a cruz só tem sentido com Jesus. Ele deseja olhar nos nossos olhos e nos amar. A cruz da unidade vai um pouco além, pois tem a nossa Mãe aos pés da mesma cruz, onde ela permanece de pé, firme, integra em meio ao sofrimento. Que gesto de dignidade, que exemplo.

Em que situação me encontro? De repente estou no olho do furacão. O mundo já me prendeu e estou triste, desanimado, cheio de problemas, com dificuldades na família, no relacionamento com os filhos, financeiramente. Não importa o problema e a situação. O que importa é que fomos chamados a sermos mensageiros e isso é um sinal de que, mesmo na minha situação, o bom Deus não desistiu de mim, pobre instrumento. Ele nos chama incansavelmente, porque nos ama.

Chegou a nossa hora!

Por isso, é hora de se levantar e construir essa terra mariana. Não temos mais tempo a perder. O Brasil precisa de nós, de cada um de nós, sem exceção.

Mas, não se vanglorie não! Somos instrumentos! Simples instrumentos! Mas, com um detalhe extraordinário: somos mensageiros amados, muito amados, infinitamente amados. Somos servos e instrumentos da Rainha e um servo dela jamais perecerá!

Jejum, oração e caridade. Sigamos em frente! Um bom domingo e uma semana abençoada.

Romulo e Márcia Romanato

XIII Curso de SP.

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