Não tenhais medo!
Por obra da Divina Providência, neste dia 13 de maio de 2018 comemora-se tanto o dia das Mães no Bra
Não tenhais medo!
Por obra da Divina Providência, neste dia 13 de maio de 2018 comemora-se tanto o dia das Mães no Brasil quanto o dia de Nossa Senhora de Fátima, tão reverenciada pelo povo brasileiro devido a nossa estreita vinculação com Portugal, local de sua aparição.
Este dia foi escolhido pela Igreja como a data jubilar de Nossa Senhora de Fatima, visando relembrar a primeira aparição da Santíssima Imaculada aos pequenos pastorinhos Lucia, Francisco e Jacinta, nos idos anos de 1917. Nessa mesma data, no ano de 2000, o Papa João Paulo II confirmou a santidade elevando os pastorinhos Jacinta e Francisco a honra da beatificação declarando-os como beato Francisco Marto e beata Jacinta. A canonização aconteceu em 13 de maio ode 2017, pelo Papa Francisco, por ocasião do centenário das aparições de Fatima. O milagre pela canonização aconteceu com uma criança do Brasil.
A mensagem de Fátima, ao contrário do que muitos pensam, não é uma mensagem de pessimismo sobre o futuro ou de predições assombrosas. Do começo ao fim é uma mensagem de esperança: “Não tenhais medo! ” Tal exortação foram as primeiras palavras proferidas pela Santa Virgem aos pequeninos, surpreendidos pela visão dela tão próxima de si. Estavam tão perto, que pareciam dentro da intensa luz brilhante que Dela emanava.
Ao abrir os braços aos pequenos pastores, e mostrar-lhes seu Imaculado Coração, Nossa Senhora estava convidando não somente eles, mas todo o mundo a conhecer as riquezas que habitam no seu íntimo, onde somente Deus reinou sempre. A promessa feita a pastorinha Lúcia se estende, de alguma maneira, a todos os que abraçam a mensagem de Fátima: “Meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus”.
No fim das aparições, nossa Mãezinha tinha manifestado a razão maior de sua visita, patente em todos os outros pedidos que fez ao longo daqueles últimos seis meses: “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido”. Ela pede, pois, que nós Cristãos devotos possamos oferecer a Deus sacrifícios em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e súplica pela conversão dos pecadores.
Já na condição de religiosa carmelita consagrada, a pastorinha Lúcia escreve uma última obra chamada “Apelos da mensagem de Fátima”. Nele, ela diz que a Santíssima Virgem nos ensinou que nossa negligência em amar e servir pode se tornar causa de perdição para muitos. E recomenda: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.
As Sagradas Escrituras nos dizem que o pecado é um abismo no qual mergulhou nossa alma. Mas a misericórdia de Deus, mais alta e mais profunda, é capaz de nos alcançar e nos resgatar de tais profundezas abissais. Mas é necessária a busca incessante pela santidade, de muita oração e disposição sacrifical.
Nas lições da aparição de julho de 1917, a Virgem Maria pede aos pastorinhos que repitam incessantemente as seguintes palavras, especialmente quando tivessem que fazer algum sacrifício: “Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria! ”
A própria Ir. Lúcia, inspirada pelo Senhor, reconheceu posteriormente que a grande fonte de sacrifícios na qual sempre devemos nos mergulhar é a fidelidade ao chamado que Deus nos faz nas árduas tarefas do dia a dia. Apenas repetir as palavras ensinadas por Maria não faz com que, num passe de mágica, o sofrimento e a contrariedade deixem de nos ferir. Mas tais palavras consagram nosso sofrimento e as agruras da vida, agora abraçadas com generosidade e confiança por amor ao Senhor.
Nisso há uma intensa conexão entre as aparições em Fátima e a Obra Internacional de Schoenstatt. O amor aos pequenos gestos concretos do dia-a-dia, a fidelidade ao capital de graças e a presença espiritual de Maria em cada momento de sacrifício, em nosso trabalho de autoeducação, não se torna, por assim dizer, de menor importância para Deus. É, sim, através desses pequenos gestos, como evitar uma discussão, lavar uma louça em lugar de minha esposa/marido, renunciar a uma festa mundana ou ao consumismo exagerado, moderar na bebida ou abandonar o tabagismo, educar os filhos em Cristo, etc., é que revela, em realidade, minha vocação mariana e conduz não somente a mim, mas aqueles que me cercam e aquelas almas distantes de Deus, à sua salvação para a eternidade. De tudo que puder, pois, ofereça em sacrifício pelo Imaculado Coração de Maria.
O Imaculado Coração é, portanto, o coração novo, prometido por Deus para aqueles que vivem em Jesus uma “nova e eterna aliança”. Em Ezequiel 36, 26, Deus nos promete: “Eu vos darei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Dentro de vós colocarei o meu espírito, fazendo com que obedeçais às minhas leis e sigais e observeis os meus preceitos. ”
Deixar-se conduzir assim é refletir com intensidade a figura da Mãe de Jesus. Pois Ela se deixou moldar pela divina vontade num tal grau que, aos pés da cruz, no sim derradeiro de Jesus, ela própria viu o seu sim alargado ao extremo, para que nele coubéssemos todos nós. Por isso, diz São João Paulo II, “o coração de Maria palpita na direção de todos aqueles que Cristo abraçou e abraça continuamente com seu inexaurível amor”.
Inscrever-se entre aqueles que desejam ser ensinados pela via do Imaculado Coração significa permitir que o Espírito Santo alargue também nossas medidas, muitas vezes usando como instrumento a rude cruz de cada dia.
Dentre as três visões dos pastorzinhos, a primeira foi a da Sagrada Família de Nazaré, ou seja, em estreita mensagem a todas as famílias cristãs. Para a Ir. Lúcia, nesses nossos tempos em que a família, como constituída por Deus, é tão mal compreendida, o Senhor desejou chamar nossa atenção para o valor e a missão a nós confiada. Ela afirma: “Deus confiou à família uma missão sagrada de cooperação com Ele na obra da criação (...); é expressão de sua bondade paternal; é como fazê-las participantes do Seu poder criador; é querer servir-se dos seus filhos para a multiplicação de novas vidas, que floresçam na Terra com destino ao céu”.
Além disso, a Sagrada Família aparece como modelo de vida e convivência para todas as famílias cristãs. A perfeita comunhão de Nossa Senhora e São José em realizar a vontade de Deus; sua inteira dedicação à missão materna e paterna junto ao Salvador; a perfeita submissão de Jesus aos humildes pais que o custodiavam na Terra, etc. Tudo nessa família é exemplo para aqueles que desejam colocar Deus no centro de seus lares e relacionamentos.
E nesse dia 13 de maio de 2018, no que o Imaculado Coração de Maria pode inspirar cada mãe da União de Famílias? Ao inaugurar uma Escola de Maria, a aparição de Nossa Senhora em Fátima ensina que toda mãe é também mestra, pois faz parte da missão que lhe foi confiada por Deus, ou seja, ensinar os filhos a posicionar-se diante do mundo e da vida.
As mamães, ao se inspirarem em Fátima, ganham a consciência do verdadeiro sentido da maternidade, que é o de conduzir seus filhos a uma vitoriosa intimidade com o Salvador e com isso fazer com que eles tenham paz e possam gozar de uma profunda conexão com Deus e uma confiança inabalável em Seu amor por nós. Quando a agitação do mundo e os reveses da vida nos roubarem a paz, precisaremos dos ensinamentos maternos para reencontrá-la e assim retornar para perto do coração do Pai. Esse, em verdade, é o grande propósito da mensagem de Fátima, que com certeza pode falar profundamente ao interior de cada um de nós!
Feliz dia das Mães, com as bênçãos do Imaculado Coração de Maria!
Luciano e Maria Cristina Scaliza
XIX Curso da União de Famílias
Londrina/PR – Marabá/PA