DOMINGO DA ALEGRIA
DOMINGO DA ALEGRIA
A Quaresma é um tempo de penitência, de oração, jejum e esmola, onde a cor litúrgica é o roxo. Todavia, temos, no decorrer deste tempo, um momento de júbilo, onde a cor litúrgica passa do roxo para o rosa. É o chamado “Domingo Laetare”, ou “Domingo da Alegria”.
A origem da cor rósea está relacionada à bênção das rosas. De início, tratava-se de rosas naturais. Este domingo situa-se próximo do início da primavera no hemisfério norte e, por isso, os cristãos tinham o costume de presentear-se com as primeiras rosas da estação. Depois este domingo foi relacionado à bênção da Rosa de Ouro pelo Papa. A Rosa de Ouro ainda é comumente entregue pelo Santo Padre como sinal de apreço. Um exemplo é a Rosa de Ouro que o Papa Bento XVI ofereceu à Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida durante sua visita em maio de 2007.
Tanto no Advento como na Quaresma temos um domingo chamado domingo da alegria. Nele vemos os primeiros clarões da festa alegre que se aproxima. Temos assim o quarto domingo chamado ‘Laetare’ (alegrai-vos!) que nos indica a proximidade da festa da Páscoa. Somos convidados a “correr ao encontro das festas que se aproximam cheios de fervor e exultando de fé” (oração). Desponta o sol no horizonte e as cores inundam o céu na alegria de um novo dia.
O encontro com Jesus, luz da humanidade, transforma nossa vida de treva em vida iluminada. O tema da luz liga as três leituras da liturgia deste domingo: a primeira nos diz que aquele que não foi iluminado julga as coisas e o mundo com olhos humanos. O Evangelho nos apresenta o caminho que é preciso percorrer para chegar à luz e, a segunda leitura completa este tema indicando o que é preciso fazer para derrotar as trevas
O Evangelho conta-nos como Jesus cura o cego de nascença e nos ensina que foi enviado para trazer-nos uma água que cura qualquer cegueira. Notamos que o cego não pede para ser curado, pois não conhece Jesus. A fé é gratuita. A iluminação leva ao ato de fé. Jesus fez lama com saliva e barro e passou nos olhos dele mandando se lavar na fonte chamada Siloé, que quer dizer enviado. Ele é o Enviado de Deus que lava os olhos para que veja pela fé. Antes de curar o cego, Jesus se declara luz do mundo (Jo 9,8). A cura do cego simboliza que a cegueira que impede acreditar em Jesus pode ser curada acolhendo Jesus como enviado do Pai: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).
Cristo nos leva a superar as cegueiras que nos impedem de ver corretamente o valor das pessoas e avaliar com justiça nossas decisões. Precisamos da luz de Cristo para olhar o outro com os olhos da fé e agir como verdadeiros cristãos. Ele é a luz que devemos seguir e da qual devemos deixar-nos guiar, para que tenhamos critérios mais claros para tomarmos decisões para agirmos em função do bem, da justiça, da paz, da fraternidade, enfim, de todos os valores profundos da vida, que libertam o ser humano. Quem se fecha em sua própria concepção, em seus próprios critérios e não se abre aos valores mais profundos, esse é que é o verdadeiro cego.
Somos hoje convidados a viver a alegria de nos deixarmos conduzir por Jesus; ele cura nossa cegueira e nos permite ver e julgar as realidades do mundo com os olhos da fé. Detenhamo-nos um momento para refletir sobre isso.
Gabriel e Alvenir Rossi
I Curso - Região Sul