31 de maio de 2019

A CONQUISTA DO SILÊNCIO INTERIOR

Deus, tu és o meu Deus, eu te procuro. Minha alma tem sede de ti...” (Salmo 63).
A CONQUISTA DO SILÊNCIO INTERIOR

 

“O Deus, tu és o meu Deus, eu te procuro. Minha alma tem sede de ti...” (Salmo 63).

No contexto da vida em que estamos inseridos, voltada para o exterior, para a superficialidade, para a agitação, para a exposição das pessoas nas redes sociais, podemos nos perguntar: é possível conquistar o silêncio interior em nosso mundo?

Padre José Kentenich disse no Documento de Pré-Fundação: “nossa época é assustadoramente pobre e vazia no campo dos valores internos” (Doc. Pré-Fundação n. 10). Na Carta aos Dirigentes de Grupo ele voltou a insistir: “a vida interior agoniza! ” (Carta aos Dirigentes de Grupos da União Apostólica - 6-11-1919).

A conquista de uma vida interior sadia, considerando nosso estado de vida de casados e de famílias, necessita da ascese e da disciplina, sob pena de não conquistarmos o desejado silêncio interior em nossas reflexões, prejudicando também nosso horário espiritual. O silêncio interior tem intima relação com o sentimento de ser filho diante de Deus, de se sentir filho predileto de Deus. A filialidade é parte essencial de nossa espiritualidade no Movimento de Schoenstatt e na União de Famílias. Olhar para um Pai infinitamente grande e sentir que Ele também pode ser infinitamente próximo com Seu amor pessoal por cada um de nós, no Filho de Deus, é algo a ser buscado pela fé, pela oração e pela graça. Pe. Kentenich nos fala no livro “Ser Filho diante de Deus” (V.I pg. 103): “quem não tiver o ser filial simplesmente não pode entrar no céu”.

Entendemos assim o silêncio interior como uma conquista, tanto pessoal como comunitária. Inicialmente precisamos ter o desejo de receber esta graça, valorizando todos os momentos da vida onde podemos ter um contato pessoal com o Pai e com a Mãe. O silêncio interior não é uma alienação, pois os monges em seus claustros podem ter visão clara do ser humano e do mundo a partir da inserção no coração de Deus. Quantas vezes nós, mergulhados no ativismo do mundo pluralista, temos dificuldade para enxergar onde se encontra a Verdade.

Estamos em um ano repleto de graças especiais, a partir das correntes de vida do Jubileu do Centenário de Hoerde (19 de agosto de 1949), dos 70 anos do III Marco Histórico (31 de maio de 1949) e dos 70 anos da Coroação da Mãe como Rainha da Filialidade Heroica (20 de agosto de 1949). O Retiro anual do Cursos Perpétuos está trabalhando sobre a nossa inserção na realidade da Filialidade Heroica. Precisamos valorizar esses momentos nos abrindo para as graças oferecidas. Um Retiro se distingue de um Encontro por não objetivar essencialmente a formação da razão. Em outras palavras, em um Retiro não se procura prioritariamente o entendimento sobre as coisas e sobre Deus, mas busca-se a presença de Deus Pai no íntimo do nosso coração e dos nossos afetos. O amor do Espírito Santo cura e equilibra nossa natureza. Por isso o local de um Retiro deve propiciar “silêncio exterior”, promovendo a conquista do silêncio interior aos participantes. Uma boa preparação espiritual também estimula nosso coração para receber as graças do Retiro. Devemos seguir os passos do Mestre que por várias vezes se retirou subindo ao “monte” para um encontro pessoal com o Pai.

Nossa Mãe, quando vivendo no íntimo de sua família, guardava tudo em seu coração, numa atitude silenciosa e interiorizada. Que Ela nos mostre o caminho para conquistarmos o silêncio interior, tornando nossa vida espiritual mais agradável e frutuosa.

Jorge e Marcia

III Curso da União de Famílias

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