Santíssima Trindade- um amor sem limites do Pai, do Filho e do Es

Falar da Santíssima Trindade nos remete sempre a nossa infância espiritual, na preparação para a primeira comunhão, quando a catequista se esforçava ao máximo para tentar explicar o que é Trindade e como Ela se constituía, que eram três pessoas, formando um só Deus.

É claro que racionalmente nenhuma criança está preparada para entender e se não crescemos espiritualmente como crescemos em estatura e idade, estamos ainda a acreditar, mas sem compreender. Aprendemos desde cedo que o Pai é o Criador, o Filho o Salvador, Redentor e o Espírito Santo o Santificador, lembram?

É o mistério central da vida cristã: Um só Deus em três Pessoas iguais e distintas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo, pelo qual fomos batizados, que invocamos cotidianamente, ao fazer o sinal da cruz, ao dar e receber uma benção, ao fazer a profissão do Creio e em muitos momentos do dia e da vida. Lá em Genesis a Trindade já se revelava, pois na criação do homem, Deus assim diz: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26). Vejam que o termo “nossa”, como dizem muitos teólogos trinitários, já se referia a Trindade, que nos cria, que nos salva, que nos santifica. Percebem a nobreza da nossa criação, da nossa constituição?

Jesus foi quem nos revelou a verdadeira face do Pai e do Espírito Santo, nele mesmo “quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,19) e “o Pai enviará o Paraclito, que vos lembrará de todas as coisas” (Jo 14,26). O Espírito clama Aba Pai (Gl 4,6), numa forma muito carinhosa, onde Jesus nos mostra a face amorosa do Pai, o seu amor infinito, rico em misericórdia, cheio de compaixão. O Pai que tanto amou os seus, que enviou o seu próprio Filho, para a nossa salvação (Jo 3.16), cumprida através do “sim” fiel de nossa Mãe, que experimenta o anúncio da palavra do Pai, através do anjo Gabriel, a sombra do Espírito e a encarnação do Filho em seu seio virginal. Repleta da Trindade, sua voz ressoa pelos ouvidos de Isabel em João Batista, que depois, já adulto se torna o Profeta do Altíssimo e como presente a nós, nos revela uma imagem que usamos até hoje, que representa o Espírito Santo: a forma de uma pomba. Foi João Batista que nos revelou no batismo de Jesus.

Não são três deuses, mas um só Deus, em três Pessoas, iguais e distintas e que é muito bem definida na primeira carta de São João: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um”. (1Jo 5,7).

Vale lembrar a história de Santo Agostinho, que caminhando na praia, estava imerso em pensamentos racionais sobra a Trindade, se esforçando em compreendê-la, com toda sua inteligência e razão. Caminhando, se depara com um menino, que estava a ir e vir da praia ao mar, buscando água e colocando em um pequeno buraco aberto por ele na areia. Ia e vinha sem parar, quando Agostinho o questionou sobre o que fazia. A resposta do menino foi simples:- Pretendo encher este buraco com toda a água do mar. Agostinho riu e disse:- Não vês diante de ti a imensidão do mar? Será impossível colocar toda a água do mar neste pequeno buraco.

A criança o olha, já com o rosto angelical e lhe responde:- Pois eu digo-te, Agostinho: É mais fácil para mim pôr toda esta água do mar nesta cova, do que tu esgotares, só com os recursos da tua razão, as profundezas do mistério da Trindade. E desapareceu!

Peçamos então ao Espírito que nos ajude a entender este mistério e mais do que isto, a vivermos a maravilha de termos sido criados na imagem e semelhança da Trindade. Nos esforcemos para viver este presente Divino e sem igual.

Romulo e Márcia Romanato – 13º Curso – UF– Região SP