- Segundo domingo do Advento com o Padre Kentenich
- Segundo domingo do Advento com o Padre Kentenich
- Segundo domingo do Advento com o Padre Kentenich
Segundo domingo do Advento com o Padre Kentenich
Segundo domingo do Advento com o Padre Kentenich
“Tende, pois, paciência, meus irmãos, até a vinda do Senhor. Vede o lavrador: ele aguarda o precioso fruto da terra e tem paciência até receber a chuva do outono e da primavera. Tende também vós paciência e fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5:7-8).
“O Advento se refere à experiência do anseio. Um dos hinos mais antigos e mais populares do Advento expressa isso de forma admirável: Oh, vem, vem Emanuel... Oh, vem, vem Rebento de Jessé... Oh, vem, aurora do dia... Oh, vem, filho de Davi... Nas palavras e na música a sede de Deus e do Eterno encontra uma voz. Os cristãos são encorajados a alegrar-se, pois o tempo da salvação está próximo.
Os símbolos usados durante o período do Advento também nos conduzem gentilmente a esta realidade do anseio. Considere, por exemplo, a coroa do Advento: as folhas verdes apontam para a esperança e a vida eterna, as velas que são acesas uma a uma, gradualmente, iluminam a escuridão com a mensagem que a verdadeira Luz do mundo, Jesus, está próximo. O que é o anseio do Advento? É basicamente uma sede de união com o Senhor; é o anseio sempre vivo de experimentar em nós mesmos a pessoa de Cristo completamente redimida.
O anseio é um desejo ardente por alguém ou alguma coisa que nós sabemos que irá nos fazer muito bem, alguém ou alguma coisa que irá contribuir para o nosso completo bem-estar e segurança. É um anseio por alguém ou alguma coisa que queremos ter completamente para nós mesmos. Todos fomos criados à “imagem e semelhança do Senhor”, então nosso anseio por Deus é simplesmente parte de nossa condição humana. Este anseio nunca será completamente satisfeito enquanto fazemos nossa jornada aqui na terra.
No início de suas “Confissões”, Santo Agostinho fez uma busca nas profundezas de sua memória a fim de traçar seu próprio percurso de fé e descobrir Deus nos diferentes estágios de sua vida. Ele escreveu em seu primeiro livro: “Fizeste-nos para Ti, Senhor, e inquieto está nosso coração enquanto não repousar em Ti (Confissões I, 1).
O Advento está centralizado inteiramente na experiência do anseio. Nosso anseio por Deus, nossa sede pelo Divino tem que ser uma realidade sobrenatural. Este tipo de anseio é um dom de Deus, é Sua graça, Sua iniciativa. Este anseio é iniciado por Ele e retorna para Ele à medida que Ele nos reconduz a Si. Nós experimentamos este tipo de anseio quando percebemos que, ao fim do dia, nossa maior saudade é por Deus. E este sentimento suplanta todos os outros.
Como seres humanos, nós ansiamos por muitas coisas: por boa aparência, riqueza súbita, fama, popularidade. Temos anseios para nós mesmos e para os outros. Mesmo suspirando por estas coisas nós sabemos que elas não nos farão felizes nem acabarão com nossa sede. Advento é o tempo para olharmos através de nossos muitos desejos diários e redescobrir o próprio Deus como o objeto de nosso maior e mais básico anseio. Se não ansiarmos ao máximo por Ele, nosso anseio não durará muito e não nos dará a “chama” que precisamos para dar espaço verdadeiramente a Deus em nossas vidas.
A saudade sincera pelo Advento é uma realidade que cresce, desafia, frequentemente demanda esforço e até mesmo sacrifício.
Na nossa jornada de fé, se estamos contentes em lutar como se estivéssemos apenas casualmente pisando em um montinho de terra, não podemos esperar que ele libere uma grande quantidade de energia espiritual e vida nova. Iremos apenas enganar a nós mesmos achando que fizemos um grande negócio. De fato, o Advento se parece mais como escalar uma montanha. É um anseio que cresce regularmente, que alcança as alturas, não se satisfaz rapidamente com o medíocre. Ele sempre quer apenas um pouquinho mais, aquele tantinho extra”.
Sandro e Marlise Santos
Região Sul – VIII Curso