19 de dezembro de 2015

Quarto domingo do Advento com o Padre Kentenich

Quarto domingo do Advento com o Padre Kentenich
Quarto domingo do Advento com o Padre Kentenich

Completamos com este artigo os quatro domingos do Advento com nosso Pai e Fundador. Os textos apresentados em cada domingo correspondem à tradução de pequenas meditações tiradas das homilias feitas por nosso Pai durante o Advento (1962 a 1964) em Milwaukee, e compiladas pelo Padre de Schoenstatt Duncan McVicar, da Inglaterra. Esperamos que as meditações nos inspirem a direcionar nossa atenção ao Deus de Amor que nos envia Seu Filho para nos salvar e libertar!

 

“E Maria disse: “Minha alma glorifica ao Senhor, e meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo” (Lc 1,46-49).

 

“O Advento é aquele tempo especial no qual ansiamos que Jesus tome forma em nós. A missão de Maria é cuidar que isso realmente aconteça. Ela é a “obra-prima” da criação de Deus, o “espelho da esperança”, ela é a “aurora do Advento” que nos conduz seguramente à verdadeira luz do mundo, Jesus Cristo.

Durante os dias do Advento, nós sempre celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição (08 de dezembro). Ela nos mostra e dá testemunho sobre o que a graça pode fazer na vida de alguém. Quando olhamos para ela, podemos entender o que o Senhor também quer realizar em nós – a pessoa cristã completamente redimida. Ela é um sinal da luz de Deus; nós também podemos ser sinais de luz. Ela é um sinal da paz do Senhor; nós também podemos espalhar a paz e dispensar a agitação e a ansiedade. Maria é um sinal da vitória do Senhor; nós também podemos ser “histórias de sucesso” da graça, e não necessariamente algum tipo de “fracasso”. Maria, a Aurora, dá testemunho na sua vida para os três elementos que nutrem a esperança do Advento: ansiar pelo Senhor, confiar no Senhor e trabalhar com o Senhor. Vejamos um de cada vez. Eles podem ser uma inspiração e nos ajudar...

Esperança significa ansiar pelo Senhor. Junto com o povo de Israel, que foi dominado sob o jugo da ocupação romana, Maria ansiou pelo Salvador, o Messias. Sua vinda mudaria tudo. O anseio de Maria reflete a insaciável sede de toda a humanidade clamando por salvação e por libertação de tudo aquilo que nos detém de partilhar na vida divina de Deus. Mesmo quando o Salvador nasceu e veio ao mundo, o anseio de Maria não terminou. Ela esperou que Ele fosse completamente reconhecido por seu próprio povo, ela esperou que as pessoas compreendessem quem Ele realmente era – Deus havia se tornado um ser humano – Emanuel, Deus conosco. De fato, ela ansiou pelo Senhor.

A esperança do Advento também significa confiar no Senhor. Se nós realmente confiamos em alguém, e esta é uma questão de vital importância para nós, então coisas diferentes têm que acontecer – pelo menos três coisas. Em primeiro lugar, a pessoa a quem damos nossa confiança, tem que estar em uma boa posição e ter as possibilidades de nos ajudar. Em segundo lugar, precisamos estar seguros que esta pessoa apenas quer o nosso bem-estar. E em terceiro lugar, estamos seguros e confiantes que esta pessoa vai ser fiel a nós, haja o que houver.

O lindo “Magnificat” de Maria, sua canção de gratidão e libertação, é um testemunho poderoso sobre como estas três coisas garantiram que ela poderia confiar completamente no Senhor e em suas promessas. Ela canta: “realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo” (Lc 1,49). Ela acredita que o Senhor é “poderoso”; Ele tem infinitas possibilidades para nos ajudar e salvar. Ela confia naquele que “manifestou o poder do seu braço” (Lc 1,51). Então Maria dá testemunho sobre o amor e a misericórdia de Deus que ela experimentou em sua vida: “Ele acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia” (Lc 1,54). A misericórdia do Senhor, o conhecimento de que Ele nada mais quer além de nosso bem-estar, torna-se um outro fundamento para sua incansável e abrangente confiança nele. Contudo, Deus irá realmente ser fiel a ela haja o que houver? A canção de Maria proclama a fidelidade de Deus: “conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre” (Lc 1,55). Ele nunca sairia de seu lado, assim como Ele nunca deixou de lado Abraão, ou nenhum de seus descendentes. Ele é o Deus fiel. Quando Deus quer realizar alguma coisa em nós e para nós, nada vai interpor-se no caminho até Ele completar seu propósito. Por isto Maria confiou.

Finalmente, a esperança do Advento é nutrida por nosso trabalho com o Senhor. Como foi isso na vida e no tempo de Maria de Nazaré? Relembre a festa de casamento em Caná, na Galileia. Depois de perceber que o vinho para a festa havia acabado, e depois de se voltar a seu Filho para pedir ajuda, Maria simplesmente se virou aos servos e disse: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5). Este é seu único comando, seu único pedido maternal. Ela fala por sua própria experiência e conceito de vida: o que quer que fosse que o Senhor lhe pedisse, ela estava pronta com seu “sim” incondicional. Ela disse “sim” às cruzes em sua vida, ao seu próprio sofrimento; ela disse seu “sim” à missão ímpar que Deus lhe deu. Isto mostra um elemento chave no caráter de Maria: ela deixou a iniciativa com Jesus, ela queria apenas estar aberta a sua vontade e seus desejos. Ela estava completamente “rumo a Deus”, colocando o Senhor sempre no centro de tudo. O que ela fez e realizou, ela o fez e realizou junto com ele. Ela trabalhou com o Senhor. Não é sem uma boa razão que Maria sempre possuiu um lugar tão importante e essencial no pensamento e vida cristãos, particularmente nesta época especial do Advento.

Ela é aquela que deu à luz o Filho de Deus, e ela é o modelo de discípulo do Senhor, que verdadeiramente viveu uma vida cristã de esperança – de fato, ela é a Aurora da Esperança”.

Sandro e Marlise Santos

Região Sul – VIII Curso

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