26 de dezembro de 2015

SAGRADA FAMÍLIA

SAGRADA FAMÍLIA
SAGRADA FAMÍLIA

“A família é a base da sociedade é o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que lhes guiam, durante toda sua vida”. (Papa Joao Paulo II)

Neste primeiro domingo do Natal, enquanto ainda estamos imersos no clima de alegria da festa, a igreja nos convida a contemplar a Sagrada Família de Nazaré.

O Papa João Paulo II, na Carta às Famílias, chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como que de uma nascente sagrada, e é cultivada e formada. É missão sagrada da família: guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.

O Concílio Vaticano II já a tinha chamado de “a Igreja doméstica” (LG, 11) na qual Deus reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; nele também foi ensinado que: “A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar” (GS, 47).

Jesus habita com a família cristã. A presença do Senhor nas Bodas de Caná da Galiléia significa que o Senhor “quer estar no meio da família”, ajudando-a a vencer todos os seus desafios; e Nossa Senhora ali o acompanha com a sua materna intercessão.

Sabemos pouco da infância de Jesus, porém sabemos que quis nascer e viver numa família, e experimentar a nossa existência humana com todas as surpresas, sobressaltos, êxitos e fracassos. E como fosse pouco, escolheu uma família pobre, trabalhadora, que teria muitos momentos de paz e serenidade, é verdade, mas que também soube de apertos econômicos, de emigração, de perseguição, de solidão e de morte, como tantas família hoje em dia, e que os bispos comentaram no Sínodo faz alguns meses. Devemos nos aproximar da família de Nazaré com um infinito respeito, pois está submersa no mistério de Deus.

Deus quis nascer numa família humana e é um modelo amável de muitas virtudes que deveriam copiar as famílias cristãs: a mútua acolhida, a comunhão perfeita, a fé em Deus, a fortaleza diante das dificuldades, o cumprimento das leis sociais e da vontade de Deus. Perguntemo-nos como se tratariam José e Maria: com que delicadeza, ternura, respeito, fidelidade. Perguntemo-nos como Jesus os amava com carinho, obedecia-lhes com alegria e era para eles motivo de profunda satisfação e são “orgulho”. Maria e José tinha a sagrada custódia de Jesus; daí a preocupação quando o perderam em Jerusalém (evangelho). E esse Jesus era o Sol do lar de Nazaré. E para Jesus, Maria era a ternura feita carinho materno, e José era o papai solícito, sacrificado e honesto, de quem aprendeu dia-a-dia nessa carpintaria.

Conta-nos São Lucas que após o encontro do Senhor no Templo, eles voltaram para Nazaré “e Ele lhes era submisso” (cf. Lc 2,51). A primeira lição que Jesus nos deixou na família é a de que os filhos devem obedecer aos pais, cumprindo bem o Quarto Mandamento da Lei. Assim se expressou o Papa João Paulo II:

“O Filho unigênito, consubstancial ao Pai, ‘Deus de Deus, Luz da Luz’, entrou na história dos homens através da família” (CF, 2).

Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC, 2205). E na sua mensagem de Paz, do primeiro dia do Ano Novo (2008) o Papa Bento XVI deixou claro que sem a família não pode haver paz no mundo. E o Papa fez questão de ressaltar que família é somente aquela que surge da união de um homem com uma mulher, unidos para sempre, e não uma união homossexual que dá origem a uma falsa família.

“A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC, 2207).

A Família de Nazaré sempre foi e sempre será o modelo para todas as famílias cristãs. Acima de tudo, vemos uma família que vive por Deus e para Deus; o seu projeto é fazer a vontade de Deus. A Sagrada Família é a escola das virtudes por meio da qual toda pessoa deve aprender e viver desde o lar.

A Família de Nazaré é para nós, hoje, mais do que nunca, modelo de unidade, amor e fidelidade. Mais do que nunca a família hoje está sendo destruída em sua identidade e em seus valores. Surge já uma “nova família” que nada tem a ver com a família de Deus e com a Família de Nazaré.

As mazelas de nossa sociedade, especialmente as que se referem aos nossos jovens: crimes, roubos, assaltos, sequestros, bebedeiras, drogas, homossexualismo, lesbianismo, enfim, os graves problemas morais e sociais que enfrentamos, têm a sua razão mais profunda na desagregação familiar a que hoje assistimos, face à gravíssima decadência moral da sociedade.

A Família de Nazaré ensina ainda hoje que a família desses nossos tempos pós-modernos só poderá se reencontrar e salvar a sociedade se souber olhar para a Sagrada Família e copiar o seu modo de vida: serviçal, religioso, moral, trabalhador, simples, humilde, amoroso… Sem isso, não haverá verdadeira família e sociedade feliz.

Rezemos com o Papa Francisco esta oração que nos presenteou, pelas famílias:

“Jesus, Maria e José, em vocês contemplamos o esplendor do amor verdadeiro, a vocês nos dirigimos com confiança. Sagrada Família de Nazaré, faça que também as nossas famílias sejam lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas Igrejas domesticas. Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais nas famílias se vivam experiências de violência, fechamento e divisão; que tudo o que tenha sido ferido ou escandalizado conheça logo o consolo e a cura. Jesus, Maria e José, escutem e atendam a nossa súplica. Amém”.

Referencias:

Vagner Fernando Arruda Lima e Ilma Santos Lima (XIII – Curso) Região São Paulo

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