- 20 de Janeiro de 1942 – Segundo Marco de Schoenstatt
- 20 de Janeiro de 1942 – Segundo Marco de Schoenstatt
- 20 de Janeiro de 1942 – Segundo Marco de Schoenstatt
20 de Janeiro de 1942 – Segundo Marco de Schoenstatt
20 de Janeiro de 1942 – Segundo Marco de Schoenstatt
Há datas significativas que marcam a história. História de um povo, de um país, de uma família.
Também em nossa família de Schoenstatt, existem datas especiais: conhecidas como marcos históricos, elas simbolizam um mundo rico de bênçãos e vivências, o 20 de janeiro de 1942 é um dos marcos fundamentais, e é considerado como “eixo da história de Schoenstatt”, conforme expresso pelo nosso Pai e Fundador, que o caracterizou como sendo um salto mortal do mundo do aquém para o além, invasão singular do divino na história da Família.
Contemplemos um pouco o contexto histórico em que se realizou o 20 de janeiro de 1942.
Padre Kentenich foi preso em 20.09.41 pela policia Secreta do Regime de Hitler e detido no cárcere em Coblença, e após permanecer quatro semanas na masmorra foi transferido para uma cadeia normal até ser conduzido ao Campo de Concentração de Dachau em 13.02.42.
Durante o período de prisão em Coblença toda a família de Schoenstatt se empenhou para que nosso Pai e Fundador não fosse enviado a Dachau, conseguindo inclusive que o médico da prisão se dispusesse a declarar Padre Kentenich “inapto para o Campo de Concentração” desde que o próprio Padre concordasse em assumir sua incapacidade física por causa da deficiência pulmonar de que sofria. O prazo para que fizesse isso era até as 17 hrs do dia 20.01.42. A decisão estava nas mãos de nosso Pai e Fundador.
Ele passa a noite de 19 para 20 rezando. Na manhã do dia 20, durante a missa celebrada clandestinamente na prisão, toma a decisão de não assinar o pedido para um novo exame médico, aceitando ir para Dachau, na Confiança Divina. Neste momento teve a resposta, a certeza interior do que devia fazer. Não queria ser libertado por nenhum meio humano, mas pela entrega da Família a Deus, no esforço de viver a Aliança de Amor num grau heroico.
Padre Kentenich se convence de que deve imitar a Cristo, o Bom Pastor, para gerar vida mediante a cruz; que sua paternidade deve ser como a de Cristo, levando-o a entregar-se, arriscando assim sua própria vida.
Sabemos que Padre Kentenich antes de qualquer iniciativa em sua vida, e desde o início da fundação de Schoenstatt, sempre procurou descobrir por todos os meios possíveis, se aquilo que pretendia fazer correspondia em verdade aos planos de Deus. Ele possuía, sem dúvida, um “sentido para perceber o divino de maneira especial”.
Ao comunicar sua decisão a um de seus fiéis discípulos pede: “Rogo-te que compreendas a minha resposta à luz da fé na realidade sobrenatural e do entrelaçamento de destinos dos filhos de nossa Família.O salto mortal da inteligência, do coração e da vontade deve ser dado não apenas por mim, mas também pelos senhores”.
Pede e insiste que não procurassem outro meio para a sua libertação, senão o sobrenatural. Esta deverá resultar do crescimento e da vivência, em grau heroico, das virtudes teologais, da Carta Branca e da Inscriptio por parte da Família. (cf Congresso de Outubro de 1950).
Para o Pai e Fundador, o sentido de toda essa luta, segundo o plano de Deus, foi conseguir um “enraizamento indissolúvel de toda a família no mundo do Além”.
... Deus quis ontem e o quer hoje que todos, sem exceção alguma, sejamos pessoas acentuadamente do Além, isto é, pessoas sobrenaturais. Vivemos num mundo secularizado, num mundo que se separa sempre mais de Deus e por isso corremos o perigo de nos tornarmos homens acentuadamente do aquém. É claro que também temos que ser homens do aquém, com ambos os pés no solo da realidade terrena. Este é nosso dever, porém ao mesmo tempo, devemos viver com todo o nosso ser no outro mundo, no mundo do Além, no mundo sobrenatural. (Cf.El Fundador a lasFamílias, conferência de 30.04.66, Buenos Aires).
A decisão do Padre Kentenich em 20 de janeiro de 1942 foi tomada à luz da fé na realidade sobrenatural. Na realidade de um Deus que é fundamento de tudo, de um Deus-Providência – que tem um plano de amor e que para realiza-lo escolhe pessoas e as torna fecundas, fazendo surgir delas famílias e obras colocadas a seu serviço.
Para o Fundador, padre José Kentenich, o 20 de janeiro é o símbolo do triunfo da Aliança de Amor e um triunfo – na força dessa Aliança – do homem novo e da nova comunidade. É o triunfo da liberdade porque a Família crê que Deus é o grande Libertador e que da parte do homem, a mais elevada liberdade consiste na entrega total do coração ao plano divino, em saber tornar-se inteiramente livre para seguir o que Deus pede, por mais arriscado que isso possa ser. Se entregarmos livremente e com confiança de filhos o nosso próprio coração, Deus nos dará também a libertação exterior. Através da Inscriptio, da confiança em Deus em meio à cruz, conquista-se a raiz de toda a verdadeira liberdade.
O conteúdo essencial do 20 de janeiro de 1942 é o enlaçamento de vida, de sorte, de sofrimento, de graça, de bênçãos, de missão e de vitória, até mesmo a oferta mútua da vida entre Pai e filhos e dos filhos entre si, fazendo desabrochar o amor fraterno de maneira totalmente nova. Podemos dizer que o segredo do 20 de janeiro consiste num profundo “um no outro” que nosso Pai e Fundador chama de enlaçamento de sorte na Família.
“Quem não compreender e não reconhecer o 20 de Janeiro de 1942, não é schoenstatiano. É preciso ver sempre este acontecimento como um ato de fé e como uma incumbência. Se não aproveitarmos os valores de 20 de Janeiro de 1942, Schoenstatt dissolver-se-á.” (PJK)
Marina e Sheizi Naka – II Curso – Região São Paulo
Bibliografia:
- Um Fundador, um Pai, uma Missão – Hernan Alessandri
- Congresso de Outubro de 1950 - Pe. JoséKentenich
- Movimento Apostólico de Schoenstatt – Introdução Histórica, primeiro volume, Pe. Victor Trevisan
- P. José Kentenich Uma vida pela Igreja – E. Monnerjahn