O Sentido do Sofrimento
O Sentido do Sofrimento
Seria possível passar pela vida sem dores? Sem reveses? Sem crises? Sem perdas? Sem vivenciar o sofrimento?
A resposta lógica é NÂO!
Nossa vida é marcada por escolhas. Toda vez que escolhemos um caminho, renunciamos a outras estradas pelas quais poderíamos passar...
O Movimento de Schoenstatt existiria sem as escolhas e “dores” de nosso Fundador – Pe. Kentenich?
Haveria ressurreição sem morte, e morte de Cruz?
O Papa Francisco nos convida a Viver a Misericórdia neste ano. Viver a Misericórdia é viver o Amor em todas as suas dimensões, na relação com Deus, consigo mesmo, com os outros e com as coisas.
Para crescer no Amor passamos por perdas, maiores ou menores em significado o que nos traz sofrimento. Pensemos no que significou para os apóstolos e seguidores de Jesus a sua morte? E para sua Mãe então?
Dor esta que foi substituída pela alegria da Ressurreição e certeza do cumprimento das promessas de Deus.
As dores do parto são substituídas pela alegria do nascimento.
Uma vida sem percalços, sem dores se transforma em uma vida vazia, estéril. O tal “nirvana”, buscado e pregado por algumas filosofias e correntes espirituais é impossível; na medida em que a minha experiência pessoal é marcada e participada pelos demais. Daí, como posso estar absolutamente feliz diante da dor e sofrimento de tantos irmãos?
Então, voltemos à pergunta: Quando o sofrimento tem sentido?
- Quando se transforma em ponte para a libertação de outros! Por exemplo, a mãe que passa noites em claro com o filho enfermo. Seu sofrimento é sua entrega, sua contribuição para a saúde da criança.
- Quando diante de nossa própria enfermidade, assumimos uma atitude de entrega a Deus, de aceitação da Sua vontade. Atitude essa que não implica em passividade, mas em uma atitude positiva diante dos tratamentos possíveis e da ineficiência dos mesmos.
- Quando diante da perda de algo ou alguém a quem amamos, nos concentramos em agradecer a Deus a vida dessa pessoa e a oportunidade de desfrutar de sua presença em nossas vidas.
Nesse sentido lembremos uma célebre frase dita pelo filósofo alemão Goethe: não há nenhuma situação que se não possa enobrecer, o que quer que seja realizando ou suportando.
Viktor Frankl, contemporâneo do Padre Kentenich, médico e psicoterapeuta que viveu os horrores do campo de concentração expressou que: pode se dizer que até no suportar já há de algum modo, uma “realização”, uma vez pressuposto, é claro, que se trate de um autêntico suportar, isto é, de suportar um destino impossível de alterar pelo agir ou inevitável pela omissão. Só em um autêntico suportar como este temos uma realização, só este sofrimento de todo em tudo que é inevitável é pleno de Sentido.
Vagner Urias
V Curso – Regional São Paulo