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Nosso Pai e Fundador e o sofrimento

Conheço o padre Kentenich há 40 anos. Minha relação com ele começou por uma novena que rezei para passar no vestibular em Medicina. Deu certo! Em todos estes anos o conhecimento virou amor e uma gratidão profunda por me fazer sentir tão próxima de Deus por sua intercessão e transparência e termos como causa segunda, cabeça transtemporal se tornaram vida e intimidade. Hoje quero testemunhar sua presença em minha vida principalmente através da educação para o sofrimento. Nossa vida é permeada de pequenos sofrimentos e em algumas ocasiões o Bom Deus nos presenteia com alguns “ mais preciosos “. Esta visão adquiri ao conhecer a vida do meu Fundador e agora como filha, experimento com ele este viver. Em 2014 fui para o Centenário em Schoenstatt com uma missão invejável. Acompanhar as jovens da JUFEM, junto com as irmãs Lidiane e Ana Maria, que não iriam acompanhadas de seus pais. Fui cheia de Boa Vontade e com uma alegria incomparável. Acompanharia também minha filha Maria Clara, que acabaria como participante do filme Sementes de um Mundo Novo. Tudo maravilhoso! Subimos e descemos montanhas cantando e rezando diariamente. Dormimos no chão. Cansamos e nos alegramos como nunca, até que no dia 20 de outubro ao sair do Ginásio onde estávamos “hospedadas”, senti uma dor aguda na região lombar que me paralisou os movimentos. A muito custo consegui entrar no ônibus e daí para frente a dor foi minha algoz e companheira por intermináveis 60 dias, quando me submeti a uma cirurgia de hérnia de disco. Assim terminei meu ano Jubilar- debilitada num pós-cirúrgico bem complicado e com uma recuperação lenta e trabalhosa. Quando iria imaginar esta predileção? De me sentir tão próxima ao meu Fundador, expert em sofrimento, no Jubileu da Aliança de Amor. Como estar mais unida a ele, ao Santuário e à MTA do que pela dor? Como viver mais o Sim Pai e a Inscriptio do que aceitando o sofrimento como um privilégio?! Ao fazer minha carteira de identidade aos 18 anos fui presenteada com um número singular:2014181818. Até então interpretava o número em partes: o 20 era de janeiro de 42, o 14 de 1914, da Fundação. E os três 18 como sinal da Mãe Três Vezes admirável como Rainha da minha vida. A partir deste episódio descobri que em 2014 na minha 3ª ida a Schoenstatt eu fui presenteada com a dor física mais prolongada que já tive, capaz de comprovar no mínimo por 3 vezes minha fidelidade à Aliança de Amor e a oportunidade de fazer um grande Capital de Graças. Este ano de 2018- Jubileu de 50 anos da volta de nosso Pai e Fundador ao lar Eterno e 25 anos da Fundação da União no Brasil pela Consagração do nosso 1º Curso Familia Patri Fidelis, nos preparou mais uma oportunidade de viver esta Filialidade. ..........Em 28 de Agosto, desta vez não só eu, mas toda nossa família, foi atingida pela espada da dor. Nossa neta Verônica, prestes a nascer, morreu no seio materno. A dor foi inimaginável. Dilacerante. Os medos que temos ao fazer a Inscriptio, relativos a nossa vida de família, às perdas que podemos ter, foram ultrapassados. Nada podia ser pior. Mas era justamente isto o que o Bom Deus tinha para nós. Estas fraldas eram as que a Mãe de Deus nos oferecia ... Dois dias antes Thomé e eu havíamos feito o retiro dos Cursos perpétuos cujo tema foi Nossa vida à luz da fé. Nele o padre Rodrigo Cabrera desenvolveu a partir de nosso Fundador temas como a morte, purgatório, anjos e Vida Eterna e a escolha privilegiada de alguns para sofrerem mais ainda unidos à Cristo. “ Se somos membros de Cristo é natural que participemos de sua sorte e de sua vida “ Ao receber a notícia não conseguia acreditar e muito menos entender o que havia acontecido com a bebê. Estava na rua, corri para uma Igreja e ao me ajoelhar lembrei do Retiro! Era como se Deus Pai soprasse em meu ouvido; ”Saí do Pai, vim ao mundo e volto ao Pai “ Eu estou contigo, sempre estive e usei das palavras do meu filho Kentenich para te preparar. A dor era lancinante, mas sem desespero, porque tudo tinha um grande e precioso Sentido. Que muitos de nós possam experimentar esta presença amorosa do Fundador que ultrapassa o tempo e a história nas suas vidas é o que peço à Mãe Admirável. Viver isto é uma graça que devemos pedir. A graça da Filialidade Heróica, que se manifesta em relação ao Bom Deus através de nossa vinculação ao Fundador, principalmente nos momentos de dor e sofrimento. E quando a dor for muita peça para o Pai Fundador cantar na porta do seu quarto, como ele fazia todas as manhãs para um irmão palotino em Milwaukee, apenas para alegrá-lo e tornar seu dia mais feliz!

Tomé e Rosangela - I Curso RS Santa Maria/RS
UM RETRATO DO PAI

O início de nossa história com o Pai aconteceu durante os preparativos do nosso casamento, momento em que fomos presenteados, pelo casal Edson e Rosângela (Instituto das Famílias), com um belo retrato do Pai e Fundador que haviam trazido de Santiago no Chile. Quando compraram este retrato, eles não sabiam para quem seria, mas fizeram questão de oferta-lo no altar do Santuário de Bellavista oferecendo a Mãe de Deus e ao Pai e Fundador. Naquela ocasião eles nos ajudavam na preparação da cerimônia do nosso casamento. Nós, dois jovens sonhadores, não imaginávamos a grandeza do presente que recebíamos. Atualmente, este retrato está emoldurado e faz parte do nosso Santuário Lar. Nestes 21 anos de casados percebemos que o Pe. Kentenich veio ao nosso encontro, pegou-nos pelas mãos e caminha conosco nos auxiliando no crescimento da santidade da vida diária e na santidade matrimonial para que juntos, como um casal cristão e mariano, conquistemos a santa pureza e a unidade perfeita de almas em sintonia com Deus Uno e Trino. Quando contemplamos o retrato do Pe. Kentenich no Santuário lar, através dos “olhos do Pai”, vislumbramos uma maneira diferente de viver a vida: o seu olhar firme e penetrante abre os nossos olhos para que vejamos com mais atenção o mundo que nos rodeia, reparando em cada pormenor, por mais insignificante que pareça, e sua razão de existir. É como se ele nos dissesse “Vejam! Prestem atenção na Divina Providência!” O seu olhar desperta em nós o sentido de missão e nos faz procurar a vontade de Deus na vida cotidiana, na família, no trabalho, em cada lugar, em cada pessoa, em cada acontecimento. Viver com sentido de missão é se sentir enviado por Deus para levar o seu Amor àqueles que nos rodeiam. Isto supõe decidir a cada momento - sob o impulso do Espírito Santo – o que fazer em função dessa missão que dá conteúdo e finalidade à nossa passagem nesse mundo. As pupilas dos “olhos do Pai”, desperta em nós a confiança de que o cultivo da aliança de amor com Maria favorece o nosso crescimento no amor e dá sentido para a nossa vida matrimonial. Esse exercício diário, faz-nos permanecer em estado de missão permanente em todos os ambientes e pessoas que Deus coloca em nosso caminho. As nossas contribuições ao Capital de Graças são como uma vacina contra o pecado, fortalecendo a nossa vontade para estar sempre unida com a vontade de Deus e também nos ensinam a gratidão e o louvou a Deus até nas pequenas conquistas da vida. Os “olhos do Pai” nos inspira a cultivar o espírito da Imaculada em cada ação, pensamento, sentimento e atitude do nosso cotidiano. Em nossas dificuldades, fraquezas e fragilidades constatamos a grandeza e a santidade de nosso Pai e Fundador que, apesar das inúmeras dificuldades, soube purificar e alinhar a sua vontade com a vontade de Deus. Ao fixar o olhar nos “ouvidos do Pai” em seu retrato, desperta em nós uma maneira diferente de escutar a Palavra de Deus e descobrir o amor que Ele tem por nós. Com o Pe. Kentenich nós aprendemos a ouvir para além do que é dito, interiorizando a mensagem e procurando nos transformar numa pessoa melhor, num autêntico filho de Deus, que luta pela santidade. Os “ouvidos do Pai” nos ensina que devemos ter uma intensa vida de oração. Em nossa casa sempre cultivamos a oração diária em família em nosso Santuário Lar. Educamos nossos filhos na fé, mas com a consciência de que são livres e que a escolha sempre será deles. Através dos “ouvidos do Pai” também compreendemos que se quisermos manter vivo o ardor missionário, será necessária uma decidida e plena vida de oração. Ou seja, escutar Deus em primeiro lugar! Nós dois, como casal, decidimos livremente seguir alguns exemplos do Fundador em relação a oração. Atualmente, procuramos escutar Deus através da Missa diária, da leitura da Palavra de Deus, em algumas orações vocais do Rumo ao Céu, na reza do terço mariano, do terço da Divina Misericórdia, de orações ao Espirito Santo, na adoração ao Santíssimo no Santuário durante a semana, na frequência ao Sacramento da confissão e direção espiritual quinzenal. Este momento com Deus tem sido fundamental para nossa vida pessoal, matrimonial e familiar. São momentos que geram um profundo crescimento em nós. Um outro aspecto que despertou em nós, durante estes 21 anos de casados ao contemplar os “ouvidos do Pai” foi a abertura e a disposição de nosso interior para ouvir, dialogar, ter empatia e compaixão entre nós dois e com os nossos filhos. Crescemos e avançamos positivamente em nossa relação conjugal, hoje somos companheiros, um porto seguro de amor, de abrigo, de confiança e misericórdia um para o outro. Quando aprendemos a ouvir o outro passamos a conhecê-lo e somos capazes de amar verdadeiramente e retirar do meio de nós todo tipo de preconceito e julgamentos. Através da “boca do Pai” começamos a proclamar a outros casais e jovens que é possível viver a santidade matrimonial no tempo atual apesar das ideologias existentes na sociedade. Com o Pe. José Kentenich aprendemos a amar, viver, pensar e agir como cristãos católicos de maneira orgânica em todos os lugares. É isso que buscamos em nossa vida diária: ser uma só pessoa em qualquer lugar. Somos livres para amar um Deus que chama, um Deus que é amor e que põe em nós o amor para amá-Lo e para amar aos outros. A missão apostólica, que preenche toda a nossa vida, não é um encargo que alguém nos impõe, nem uma carga que se soma às nossas obrigações cotidianas, é a expressão mais exata da nossa própria identidade e liberdade que Maria nos fez descobrir na aliança de amor. Nesse sentido, a vida de São Paulo é para nós sempre uma fonte de inspiração. Por isso, nunca cansaremos de repetir: “O amor de Cristo nos impele! ” Assim, em jeito de retrato, podemos concluir que realmente nós descobrimos o Rosto do Pai, vendo através dos seus olhos, escutando com os seus ouvidos e falando palavras da sua boca e o mais importante, amando e sentindo com o seu coração.

Marcus e Simoni Bilhão - IV Curso Londrina/Paraná
O BRILHO DO OLHAR

 

Sempre gostei muito de desenhar, desde criança. Era uma das brincadeiras.

Chamava minha atenção os olhos, o rosto ... ficava sempre intrigada observando os detalhes. Cresci com esse olhar, mas somente há alguns anos busquei fazer aula de desenho. E claro, queria começar desenhando um rosto! Mais que isso, o rosto do Pai Fundador!!!

Eu tinha uma foto dele que me conquistara desde o primeiro momento, e que hoje completa meu santuário-lar. Foi esta mesma gravura que me desafiei a desenhar. Além disso, já decidira também onde meu desenho ficaria: na cozinha, com uma moldura azul, para combinar com o ambiente.

Nunca soube exatamente porque o quis na cozinha. Ainda não tinha uma resposta, até me propor a escrever este testemunho. Coloquei-me a refletir e hoje concluo que eu o queria comigo no meu dia a dia, em minha rotina mais simples, onde encontro minhas limitações; no local, onde em família, temos mar calmo e as tempestades em alto mar. Queria o Pai fundador não só na minha vida, mas vivendo comigo.

Encontrei algumas dificuldades de ordem prática para colocar meu desenho nesse ambiente por mim escolhido. A loja de moldura, por exemplo, sugeria opções para a sala, nunca para a cozinha, menos ainda na cor azul.

Quando apresentei ao professor a fotografia, primeiro ele me perguntou se a pessoa da foto era meu parente. Tomada de sobressalto, inicialmente achei graça, para depois com satisfação, responder: "de uma certa forma, é meu parente, sim!". Em seguida, ele contemplou a gravura por um longo momento, o que se repetiu por várias outras vezes, durante os três meses que levei para concluir meu desenho.

Nesse tempo de convívio com o Pai Fundador, fui aos poucos descobrindo cada linha do seu rosto, cada marca do tempo, sua barba longa e grisalha, sua testa, o formato do nariz, o aro dos óculos. Nossa, e o brilho daquele olhar!

Percebi que o tempo, despendido dessa forma, veio somar com várias outras passagens da presença do Pai Fundador em minha vida. Hoje, ele sorri para mim no desenho com uma certa cumplicidade, e eu converso com ele feito uma filha.

Claudia Frasson Lopes - IX Curso União de Famílias Rg SP CAMPINAS/SP
GESTO TRANSFORMADOR

Pequenos gestos podem ser transformadores. Lembro-me quando Claudia e Eu ainda iniciávamos na Liga de Famílias, no ano de 2000, a Irmã Fátima nos levou ao quarto do Pe. Kentenich, em Santa Maria, e num singelo diálogo, entregou nossas alianças ao Pai Fundador pedindo que abençoasse nosso matrimônio. Na hora tudo parecia muito simples, mas para mim foi tão importante que tornou-se inesquecível e marcante. Hoje percebo que o Pai realmente nos deu a sua bênção!

Sidônio Lopes Filho - IX Curso União de Famílias Rg SP CAMPINAS/SP
"CONTIGO PAI, CONSTRUÍMOS A UNIÃO, FIÉIS À ORIGEM"

São tantos os pequenos grandes encontros com nosso Fundador, desde o processo de amadurecimento para passar a chamá-lo de Pai até a influência profunda e transformadora que ele teve em nossas almas como esposos.

Mas este testemunho objetiva relatar nossa experiência de vida com o Pai Fundador nos momentos que antecederam os preparativos do III Encontro Territorial.

O Espírito Santo suscita um novo entendimento daquilo que já nos é conhecido. E isso aconteceu conosco, quando novamente ouvimos da Ir.M. Lucia Maria a seguinte fala do Pai Fundador: "...diz-se que comunidades religiosas em geral sofrem uma decadência cerca de 50 anos após a morte do fundador..."

Sentimos uma profunda alegria ao escutar essas palavras e perceber como a providência divina havia atuado nos acontecimentos! À luz dessa fé prática, narraremos como floresceu em nós a mensagem do Pai Fundador

Nosso Encontro Territorial que originalmente ocorre a cada quatro anos, e por isso deveria ter acontecido em 2017, ocorreria justamente no jubileu de 50 anos do falecimento do Pai Fundador, na região São Paulo, onde planejamos peregrinar em santuários que foram consagrados após a morte de nosso Fundador.

Se houve uma constatação feita pelo Fundador acerca dos perigos por que passam as comunidades religiosas nesse período, teremos a chance de confirmar que nosso Pai continua vivendo conosco, que seu carisma não se esgotou com sua morte. Estaremos reunidos como famílias, com uma significativa participação da comunidade!

Entendemos que o Pai Fundador quis nos dizer enquanto dirigentes da região São Paulo, que o III Encontro Territorial, nesse tempo, e nessas terras, pode ser um grande impulso para a comunidade. Com o lema "Contigo Pai, construímos a União, fiéis à origem" teremos a graça de saborear a força que moveu as gerações anteriores. Nossa fidelidade a esse primeiro amor motivará a comunidade para os tempos vindouros. Ao mesmo tempo, a abertura do centenário de Hoerde recorda para a União a alegria pela passagem do primeiro marco histórico, e aponta para os marcos seguintes. Unidos ao Pai Fundador, como pequenos instrumentos, vamos construindo a União como verdadeiros filhos de Schoenstatt!

 

Sidônio e Claudia - Dirigentes UF Rg SP CAMPINAS/SP