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TESTEMUNHO DE FLÁVIA GHELARDI – XIII CURSO

Minha história no Movimento de Schoenstatt começou antes mesmo do meu nascimento. Minha mãe já fazia parte do Ramo das Mães e assim fez a novena “Nova Primavera de Deus” enquanto estava grávida, me consagrando ainda em seu ventre a nossa Mãe e Rainha. Lembro de desde pequena frequentar o Santuário da Esmagadora da Serpente, em Londrina, e por volta dos 7 anos de idade, comecei a frequentar as reuniões da “Luz do Reino”, que hoje são as Apóstolas Luzentes de Maria. Assim, a imagem do Pai Fundador sempre fez parte da minha vida espiritual, apesar que foi apenas na época que participei da Jufem que meu relacionamento com ele se aprofundou. Foi tudo muito orgânico (como não podia deixar de ser). Eu já sabia dos três pontos de contato (Santuário, MTA e Pai Fundador), então resolvi conhecer um pouco mais sobre o Pai, já que o Santuário e a Mãe eram bem “óbvios” pra mim. Eu sabia de algumas coisas bem básicas: ele havia fundado o Movimento junto com alguns seminaristas, havia sido preso em Dachau e exilado em Milwaukee. Então li pela primeira vez: “Padre Kentenich, como nós o conhecemos”, escrito pela Ir. M. Annette Nailis. Foi “amor à primeira vista”. A partir daí, comecei a ter um relacionamento mais pessoal com o Pai. A Ir. Adriane Maria, na época Assessora da Jufem, me ensinou a pedir a benção do Pai sempre que precisasse e também na oração da noite. Faço isso até hoje e já ensinei meus filhos a pedirem também! Quando tinha alguns meses de namoro com o Luciano, trouxe para ele de um encontro da Jufem em Atibaia uma foto do Pai com alguns dizeres, falando que ele ainda não conhecia aquele “senhor de barba”, mas que ele era uma pessoa muito importante na minha vida. Eu queria que ele também pudesse conhecer o “meu” Pai. Aos poucos fui lendo outras biografias, além dos textos que ele escreveu para a Jufem. Depois que “mudei de Ramo” (ou seja, casei) passei a ler o que havia escrito para as famílias. Porém, foi num momento de sofrimento extremo que realmente agradeci a Deus por ter me presenteado o Pai Fundador. Estava grávida da minha quarta filha, a Júlia e ela havia sido diagnosticada com uma doença rara o prognóstico era ela morrer logo após o parto. Rezando em nosso Santuário-lar logo após este diagnóstico horrível, lembrei de um conselho do Pai Fundador, que havia lido já há algum tempo na Revista Tabor em Páginas. Era mais ou menos assim: “Quando a gente não consegue fazer mais nada, amar a gente sempre pode.” Neste momento, senti uma paz enorme e soube que a Júlia, mesmo que não conseguisse fazer nada humanamente falando, ela poderia amar e ser amada e sua vida era muito preciosa para Deus. Este conselho tem sido muito útil também nos últimos anos, em que lutei contra dois tipos de câncer: linfoma e tiroide. Precisei fazer transplante de medula em 2014 e, mesmo estando livre do câncer, ainda lido com alguns efeitos colaterais do tratamento. Assim, quando ficar de cama, então penso que estou no meu “apostolado horizontal”: mesmo não fazendo nada, amar eu sempre posso. Em setembro/14 mais uma grande graça: o Luciano e eu pudemos selar nossa Aliança Filial com o Pai Fundador, no Santuário da Permanente Presença do Pai, em Atibaia. Foi um momento muito marcante em nossas vidas e em nossa caminhada no Movimento. Sempre sentimos o Pai Fundador como um verdadeiro Pai para nossa família, mas nesse momento pudemos “oficializar” nossa posição como seus filhos e colaboradores.

FLÁVIA GHELARDI - XIII CURSO/SP CAMPINAS/SP
TESTEMUNHO PE. OTTOMAR

O meu primeiro contato com o Pai Fundador começou ainda muito jovem, quando trabalhava na biblioteca dos Irmãos Maristas. Chamou-me atenção um livro pequeno, escrito em alemão ainda com letras góticas. Seu superior lhe informou que se tratava do “Rumo ao Céu”, livro de Padre Kentenich, “o fundador do movimento que tem um santuário, onde as pessoas rezam a Maria em frente ao Santíssimo”, explicou-lhe com uma ponta de sarcasmo. Apesar da crítica, tentei decifrar o pequeno caderno em versos, com o que sabia de alemão, e me vi encantado com o pouco que captei. No final da década de 1940, o provincial do Brasil Meridional dos Maristas, Irmão Vendelino, conheceu Padre Kentenich em uma viagem de trem. O encontro foi o despertar de uma relação entre os jovens irmãos e o carisma schoenstatteano. Para mim, o amor à pedagogia de Schoenstatt só cresceu e foi assim que, em 1966, parti para a Europa em busca do Pai Fundador. Cheguei decidido a falar com o Pai Fundador, mas já me avisaram que seria muito difícil, pois ele tinha acabado de voltar do exílio. Eu perguntei ao Padre Klein como poderia conseguir um contato e ele me disse que fosse à casa de formação e conversasse com a secretária de Padre Kentenich. Eu fui até lá e ela também me falou que era quase impossível, mas pediu que eu voltasse no outro dia às 12h, pois poderia cumprimentá-lo quando ele passasse pelo corredor. Às 11h30 do outro dia, eu já aguardava e ele abriu os braços e disse “é esse o brasileiro que quer falar comigo”. Passou a mão pelo meu ombro e me levou até uma sala. Ele fez várias perguntas e uma delas me marcou: se os maristas já dormiam em quartos privados. Tinha sido justamente a minha turma que havia implementado essa mudança. O tempo foi passando e eu já estava angustiado. Precisava lhe fazer uma pergunta, pois eu tinha largado a minha comunidade para ingressar em outra recém-formada, a dos Padres de Schoenstatt. Eu precisava saber se essa era uma vontade de Deus. Apresentei a ele uma bandeira de nosso país e pedi a sua bênção, ele estendeu as mãos sobre o tecido e disse que abençoava os filhos de Schoenstatt do Brasil do passado, presente e futuro. Essa é uma relíquia histórica que está atualmente em São Paulo. Recordo que depois desse encontro, pensava sobre o Pe. Kentenich: assim deve ser o Pai do Céu! Por fim, eu não precisei perguntar nada. Ele me disse “se o senhor quer ser padre de Schoenstatt, a única coisa que não pode esquecer é que sua missão entre os maristas continua”. Em 1967, eu entrei na faculdade para cursar teologia. Eu pensava que iria ser privilegiado, pois estava na universidade logo após o Concílio Vaticano II. Mas eu e os outros seminaristas entramos em uma crise de fé muito grande. Chegou um ponto em que eu não conseguia me ajoelhar diante do Santíssimo, tão grande era minha dúvida. Diante daquela situação, o Padre Kentenich foi chamado para nos pregar um retiro. Antes do início das palestras, ele passou na sacristia e eu era o sacristão. Ele lia nos olhos das pessoas o que se passava em nosso coração e assim me estendeu a mão. Como todo bom alemão, ele não era de dar abraços ou ficar muito tempo tocando em uma pessoa, mas naquele dia ele segurou a minha mão cerca de um, dois minutos. Quando ele terminou, eu estava aliviado, era a mão paternal. Daquele dia em diante, nunca mais tive nenhuma crise de fé.

Padre Ottomar Schneider Jaraguá/SP
A Paternidade do Pe. Kentenich

Sou schoenstattiana desde os 7 anos de idade. Eu e o Pai e Fundador nos conhecemos há bastante tempo... Rezo a oração pela sua canonização desde quando estudava no Colégio Mãe de Deus, em Londrina... rezávamos todos os dias antes das aulas começarem. Recordo-me da celebração do Centenário de seu nascimento em 1985 e que, pouco tempo depois, pude experimentar, de maneira muito profunda, a paternidade do Pe. Kentenich. Foi em 1987, no dia da saída de meu pai da nossa casa, com a separação. Lembro-me muito bem da minha mãe levando eu e minha irmã ao Santuário Tabor da Esmagadora da Serpente e nos dizendo que, a partir daquele dia, o Pai e Fundador seria o nosso pai espiritual e que poderíamos pedir a ele tudo o precisássemos. Foi uma bela e motivadora iniciativa da minha mãe! E assim acontece até hoje. Confidências do dia-a-dia, conselhos, pedidos simples, outros mais elaborados... faço tudo sempre chegar ao ouvido do Pai e Fundador e vou recebendo as respostas pelas mensagens no “telefoninho”, pelos livros, em oração, com a mão no pulso do tempo... Em 1996, selei minha Aliança Filial na Capela do Pai, em Schoenstatt, e nossos vínculos se estreitaram ainda mais. Hoje, junto com meu esposo Edso e nossos filhos Murilo, Ana e Natália, pedimos constantemente que o Pai e Fundador nos ensine a amar Maria como ele amou. Ah, durante todos estes anos venho colecionando fotos do Pai, muitas delas foram a contracapa da Revista Tabor em Páginas... coleção histórica e preciosa, assim como é preciosa a vida e paternidade do Pe. Kentenich para a Família de Schoenstatt e para cada um de nós. Aproveitemos este ano a ele dedicado para conhecê-lo e amá-lo ainda mais!

Luciana Mocelin - XV Curso Curitiba/Paraná
FAMÍLIA, A MAIS BELA COMUNIDADE DE AMOR

Esse mês, que foi dedicado às vocações, recebi um WhatsApp de uma homilia do Papa Francisco sobre a família e nele, algumas coisas chamaram minha atenção me fazendo refletir: “Quando teve início a história de minha família”? Com certeza o início foi no dia em que recebemos o sacramento do matrimônio, mas e nossa história, quando se iniciou? Puxando um pouco pela memória lembrei do dia em que conheci meu esposo, foi no dia em que minha mãe foi pedir a ele que me acompanhasse ao colégio, pois tínhamos vindo de uma cidade do interior e ela tinha receio de eu ir sozinha e como nossas família se conheciam ela teve essa liberdade. Me lembro de todos os detalhes até mesmo de como ele se vestia naquele dia. Minhas pernas tremeram e eu não sabia porque mas hoje eu sei. Nesse momento teve início a nossa história e sonhos. Claro, houve muitas dificuldades até mesmo para o início do namoro pois eu era muito nova mas depois tudo deu certo. Pronto, após 8 anos, realizamos o primeiro sonho na constituição de nossa família: o matrimônio. Foi uma grande alegria estarmos casados. E aí começamos nossa caminhada. Foi para nós uma escola de amadurecimento pois hoje percebo que me casei um tanto imatura. Os sonhos foram se concretizando e pouco a pouco vieram os filhos cada um, um sonho, e tínhamos o desejo de aprender mais para educá-los melhor. Minha mãe que fazia parte do ramo das mães soube de um curso para educação de filhos ministrado pelo Pe. Irineu no Colégio Mãe de Deus. Um tanto tímidos fomos até lá ver do que se tratava e lá estamos até hoje. Algo nos segurou lá. Ingressamos na Liga das Família e depois para a União de Famílias. Selamos nossa Aliança de Amor e constituímos nosso Santuário Lar “Renascer da Nova Família” Nossos filhos também passaram pelas Apóstolas Luzentes de Maria, Jufem, Pioneiros e Jumas. Aprendemos a dialogar, orar juntos, renunciar, respeitar e é claro que em algumas vezes erramos também. Cada filho nascendo foi um sonho se realizando, foi a família crescendo. Foi essa escola que o Papa diz se concretizando. Aí que entra a homilia do Papa: “Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos. Temos queixas uns dos outros. Decepcionamos uns aos outros. Por isso não há casamento saudável nem família saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual. Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas. Sem perdão a família adoece. O perdão é assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria do coração. Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração é um gesto auto destrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. É por isso que a família precisa ser lugar de vida não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. Perdão traz alegria onde a mágoa produziu tristeza; cura onde a mágoa causou doença”. Terminada essa leitura veio a reflexão de nossa história, de nossa escola de amor e portanto de quanto nós aprendemos juntos. Às vezes somos muito exigentes conosco mesmos. Com 40 anos de casados, passamos por muitas coisas: umas mais significativas, outras de menor importância, além das tempestades, porém nossa fé nunca foi abalada, nosso amor nunca diminuiu, nada abalou nosso relacionamento conjugal. Relendo o texto do Papa e olhando para nossa família, nossa história, creio que fizemos bem a lição e entendemos que aprendemos como passar a borracha nos erros e valorizar os acertos. Aprendemos também que sempre temos algo a perdoar. Temos filhos e netos maravilhosos; frutos do nosso amor. Outros sonhos virão mas esse permanece para sempre: que nossa família seja sempre a mais bela comunidade de amor.

Vera e Armindo III Curso - Londrina - Paraná
Defender a Vida, uma Missão

Em nossa família, sempre fomos contra o aborto, um entendimento óbvio de qualquer católico, mas descobrimos que somente “ser contra”, não é suficiente. Éramos ainda namorados e trabalhávamos no Grupo de Jovens. Um dia, uma moça veio me contar, em desespero, que estava grávida, que seus pais jamais aceitariam, e que ela iria abortar. Tentamos encontrar meios de fazê-la mudar de ideia, conversamos com o namorado, que não queria que ela abortasse, mas que aceitaria a decisão dela. Foram muitas conversas, ligações, orações... oferecemo-nos para acompanha-la ao falar com seus pais, tentamos de tudo, porém acabou sendo em vão. No domingo seguinte, ela voltou ao grupo, para nos contar que havia tomado o remédio, um remédio cuja venda é proibida no Brasil, mas facilmente conseguido por quem quer matar o próprio filho no ventre. Naquele dia, eu perdi o chão. Foi um assassinato premeditado, eu sabia, e não consegui evitar, porque não tive argumentos suficientes. Não consegui salvar aquela vida! Eu perdi aquele bebê! O tempo passou, nos casamos, mas a dor daquela perda nunca me deixou. Um dia, fomos convidados a participar de um Seminário, promovido pela Comissão de Defesa da Vida de Londrina. Lá começamos a entender melhor a “cultura de morte” em que vivemos. Aprendemos muito, integramos a Comissão e passamos a fazer formações sobre esse tema em paróquias, cursos de noivos e onde mais fossemos chamados. Constatamos que ao se depararem com a verdade, muitas pessoas mudavam de opinião e passavam a rejeitar o aborto. Um dia, recebi um e-mail de uma mulher desconhecida. Tenho um blog sobre maternidade, onde também escrevo sobre a defesa da vida. Como tantas mulheres desesperadas e desamparadas frente a uma gestação indesejada, ao pesquisar na internet sobre “como abortar”, ela acabou encontrando um de meus textos. Ela me contou que estava decidida a abortar, mas que ao ler o texto, ficou em dúvida. Conversamos por vários dias por e-mail, e eu consegui convencê-la a não abortar. Agora sim, eu tinha argumentos. Salvamos essa vida! Passado um tempo, ela me mandou a foto do seu bebê. Chorei de alegria! Ao longo desses quase oito anos atuando nas formações pró-vida, percebemos que muitos dos que se dizem “favoráveis ao aborto”, são manipulados por mentiras espalhadas pelos movimentos abortistas, que com o pretexto de “defender as mulheres”, na verdade as oprimem, levando-as a sofrerem as terríveis consequências de atitudes que vão contra seus valores e sua natureza. Mas temos duas boas notícias: a primeira é que somos maioria. Quase setenta por cento dos homens brasileiros e 78 por cento das mulheres brasileiras são contrárias ao aborto. Mas somos uma maioria silenciosa, que geralmente não se manifesta. A segunda boa notícia é que estamos com a verdade ao nosso lado e somos convocados a entrar nessa luta, a anunciar essa verdade, ser luzeiros pelo caminho, a ajudar tantas mulheres que nesse momento estão pensando em cometer esse erro terrível, e salvar vidas e famílias, pela intercessão de Nossa Mãe e Rainha, que nos anima, guia e fortalece. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” João 8,32

Daniela e Rinaldo Zanatto XXVIII Curso da União de Famílias Região Paraná